20160831
20160326
O som da sirene no vale
Divinópolis é cheio de história...
FLAGRANTE
Este é o momento solene em que acompanho o maquinista Davi Guerra (o mais antigo ferroviário vivo) acionando a sirene restaurada. Davi Guerra já tinha completado 100 anos de idade e fez questão de estar acompanhado de seu foguista, também da mesma idade, o que ocorreu logo em seguida – os dois lúcidos e alegres com o momento.
Atualmente, um grupo de pesquisadores de Divinópolis estão reconstruindo a história do bairro Esplanada (a Vila Operária de 1917), a partir da oralidade e documentos de moradores e descendentes dos primeiros. Maria Cristina Melo Mendes e Sandra Guimarães, da comissão editorial, estão em trabalho de campo e fazem os primeiros levantamentos documentais, bibliográficos e junto a famílias tradicionais
O histórico maquinista Davi Guerra, ao lado do jornalista Flávio Flora, aciona a velha sirene de tantos significados
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Seção
FATOS
20111216
Políticos distantes da realidade
Divinópolis está cada vez mais esquecida e abandonada. As prioridades dos seus políticos nunca coincidem com as prioridades e necessidades dos seus habitantes.
O médico pneumologista Márcio Costa Nogueira, em reunião do Rotary Club Divinópolis Oeste, em manifesto endossado por seus colegas rotarianos, propõe uma reflexão sobre a realidade socioeconômica do município de Divinópolis, considerado "pobre e sem perspectivas". O longo documento, lido na reunião de 15/12/2011, recebeu o título de "Quem cala sobre o teu corpo, consente na tua morte!" (expressão extraída de uma canção de Milton Nascimento/ Ronaldo Bastos, Menino, álbum Geraes, 1976).
Segundo Costa Nogueira, Divinópolis parece não constar do mapa de desenvolvimento de Minas Gerais, pois "não está sendo cogitada para receber investimento algum".
Quantas indústrias estão sendo instaladas atualmente em Divinópolis? A resposta é: nenhuma! Somos um dos muitos patinhos feios de Minas Gerais. Em todo o Centro-Oeste Mineiro, também não há informação sobre a instalação de indústria alguma. Não há previsão de instalação de nem mesmo uma fábrica de rapadura.
Divinópolis no esquecimento
Ao comentar matéria da revista VEJA (edição n. 2.241) sobre as cidades mais prósperas do Brasil, o manifesto ressalta o caso de Uberlândia/MG, possuidor de um dos maiores parques industriais do país, com 300 empresas instaladas, e que, surpreendentemente, receberá mais 40 novas empresas. "Será que Uberlândia precisava de mais 40 novas indústrias? Por que esta cidade tão rica, com infraestrutura de primeiro mundo, atrai tantas empresas?"
Também recentemente, em julho/2011, a imprensa brasileira noticiou que a Cartepillar irá construir uma grande fábrica de locomotivas em Sete Lagoas. Esta cidade já possui a maior fábrica de caminhões e utilitários da América do Sul – a IVECO. Sete Lagoas também é sede da Ambev, da Refrigerantes Coca Cola, da Bombril, da Itambé etc. Estas grandes empresas fizeram Sete Lagoas elevar o PIB per capita, dar um salto em qualidade de vida e elevar enormemente o poder aquisitivo de sua população. Por que esta grande empresa foi para uma cidade já abarrotada de grandes outras empresas?
Por que Divinópolis, que já fez parte da história ferroviária deste país, que tem grandes galpões ferroviários, que produz ferro e aço às custas de muitas chaminés poluidoras, não foi sequer cogitada para receber esta fábrica de locomotivas? Aliás, Divinópolis não está sendo cogitada para receber investimento algum. Nossa cidade não consta do mapa de desenvolvimento de Minas Gerais ou do Brasil. Sete Lagoas, que tem um PIB per capita semelhante ao de Ribeirão Preto, não precisaria de receber mais nenhuma indústria, mas, ainda assim, ganhou mais esta fábrica de locomotivas da Cartepillar.
Quantas vezes ainda assistiremos grandes empresas que viriam para cá indo se instalar em outras cidades, por pura incompetência dos nossos políticos? A fábrica da Mitsubishi automóveis, prometida para Divinópolis, foi para Catalão (GO); a fábrica da Black&Decker, prometida para Divinópolis, foi para Uberaba; a Avipal, prometida para Divinópolis, foi para Feira de Santana (BA). Conseguimos até perder empresas que aqui estavam instaladas, como a Coca Cola, que saiu daqui e foi para a vizinha Sete Lagoas (olha ela aí de novo!). Também conseguimos perder a cervejaria Kaiser.
Reafirmando que é preciso dar a devida importância a Divinópolis, sendo necessário questionar o por quê de não se ter boas empresas instaladas no municipio e de empregos com melhores salários, que podem movimentar o setor de comércio e de serviços. "Por que a economia da nossa cidade ainda depende de sacoleiras? (...) por que não temos uma boa qualidade de vida?" Em sua comunicação, Costa Nogueira compara os PIB per capita de Divinópolis com os de algumas boas cidades mineiras: Ipatinga ( R$ 25.577,00); Varginha (R$ 23.647,00); Uberlândia (R$ 22.960,00); Sete Lagoas (R$ 21.391,00); Uberaba (R$ 21.279,00); Divinópolis (R$ 13.902,00).
Nosso PIB per capita é, em média, pouco mais da metade do PIB das outras boas cidades de Minas. Estamos com o PIB per capita abaixo até da média de Minas Gerais (que já é baixo em relação a outros grandes estados) e também do Brasil. O que isto significa? Significa que somos bem mais pobres que a média do Brasil e até da média de Minas Gerais! Significa que há menos dinheiro circulando aqui. Significa que estão investindo nas cidades mais ricas e se esquecendo da nossa Divinópolis. Significa que estamos comendo poeira mais uma vez! Significa que não temos chance de ter boas empresas instaladas aqui tão cedo!Aos rotarianos, algumas situações causam muita "preocupação e indignação". A construção da sede própria da Prefeitura deverá custar cerca de 25,5 milhões, enquanto a segurança pública vai dispor de apenas R$ 304 mil, em 2012. O manifesto ressalta algumas prioridades importantes, assinalando que se os exemplos a seguir tiverem, pelo menos, uma resposta "não", "então estes R$ 25 milhões serão gastos em uma obra que não é prioritária e que não vai atender aos interesses da população":
Diante desta situação, seria natural que as autoridades municipais e os deputados que nos representam unissem suas forças para alterar esta situação injusta e humilhante. Mas, parece que os nossos políticos vivem em um universo paralelo, cuja realidade é outra.
[...] será que nosso Distrito Industrial está bem conservado, com todas suas ruas e avenidas asfaltadas e com fácil acesso rodoviário? Será que as ruas da cidade estão todas asfaltadas? Ou ainda temos ruas até sem calçamento no Sidil, no Santa Clara, no Centro, no Bom Pastor, no Esplanada? Será que o braço sul do Anel Rodoviário já saiu do papel? Será que temos um plano diretor para o crescimento ordenado da cidade? Será que há saneamento básico em todos os bairros? Será que o tratamento do nosso esgoto está solucionado? Será que os trilhos da Ferrovia Centro-Atlântica já foram retirados da cidade, ou continuarão matando inocentes todos os anos? Será que todos os córregos já foram canalizados? Será que a lagoa do Sidil já foi saneada ou ainda é uma caixa de esgoto a céu aberto? Será que o Pronto-Socorro Municipal está funcionando satisfatoriamente, tanto para os funcionários, quanto para a população de baixa renda que tem ali sua única tábua de salvação?
Para os políticos as prioridades são outras
O manifesto de Costa Nogueira (2011), considera preocupante também o aumento de cadeiras na Câmara Municipal de 13 para 17 , questionando se o número reduzido de vereadores seria a razão dos males locais. "Quantos milhões de reais por ano estes novos vereadores irão consumir dos cofres municipais? O que eles trarão de benefícios para a nossa população?"
Ora, estamos completamente esquecidos do mapa do desenvolvimento do país e nossos políticos fazem o que? Decidem aumentar o número de vereadores e construir uma “catedral” para celebrar a incompetência para gerenciar a cidade e conduzi-la rumo ao desenvolvimento! Em outras palavras: nossos políticos apenas se preocupam em gastar mais do escasso dinheiro que nosso município arrecada!Prosseguindo na análise do trabalho político de lideranças locais, destaca outro abuso, classificando de "engodo" a duplicação da MG-050:
Esta é a explicação do por que Divinópolis não recebe um centavo de investimento. Nossos políticos não têm isto como prioridade. Priorizam a si próprios!
Nossos políticos estão preocupados apenas consigo mesmos e não com a cidade. Não há homens para brigar por Divinópolis! Não há ninguém para reivindicar investimentos e para exigir do governador, de ministros e presidente pelo menos um pouco do que a cidade merece. Para pedir votos, eles se lembram de Divinópolis. Para arrecadar impostos, eles se lembram de Divinópolis. Mas, para receber qualquer migalha de investimento, nós somos esquecidos!
Certamente acham que somos tolos para acreditar nisto. Mas, talvez até sejamos tolos mesmo. Afinal, como aceitamos pagar este pedágio aviltante de R$ 4,00 cobrados a cada 60 quilômetros de rodovia de pista simples e cheia de quebra-molas, para viajar atrás de caminhões lentos! Não há plano algum para a duplicação da rodovia MG-050! E todos os nossos políticos sabem disto. Esta parceria público-privada para exploração de pedágio na MG-050 é uma verdadeira mina de dinheiro para a empresa Nascente das Gerais. Pagamos milhões de reais em pedágio todos os anos e recebemos um serviço pífio. Era muito melhor antes, quando não havia esta concessão e não havia pedágio.O manifesto rotariano, ao final, exige ética dos homens públicos e descarta apoio eleitoral a "este ou aquele partido político", por considerar esse critério "muito rasteiro e mesquinho":
Será que vamos conseguir atrair alguma empresa importante sendo servidos por esta “vergonhosa” MG 050, cheia de pedágios e quebra-molas? Onde estão os homens “públicos” para protestar e para dizer um “basta!” contra este verdadeiro “arrastão” cometido contra os nossos bolsos?
Quem já passou pelo Triângulo Mineiro pôde constatar que as principais rodovias que cortam Uberlândia estão duplicadas e com vários viadutos, que substituíram os antigos trevos antes existentes. Não há um único pedágio naquela região. Pedágio onera a cadeia produtiva e quebra-molas danificam veículos de grande porte. Isto inviabiliza a instalação de grandes empresas e que pagam altos salários aos funcionários. Lá, os políticos se preocupam com sua comunidade e trabalham para o desenvolvimento da sua cidade.
Aqui bem perto de Divinópolis, a BR 262 está duplicada até nossa vizinha cidade de Nova Serrana e não há um posto sequer de pedágio até Belo Horizonte. O pedágio cobrado em uma rodovia ruim onera os serviços e onera a produção. Torna os produtos mais caros e menos competitivos. Este pedágio revoltante e esta vergonhosa rodovia chamada MG-050 são o “presente de grego” que os políticos deram para Divinópolis.
Temos que apoiar e estarmos sempre ao lado de DIVINÓPOLIS e da VERDADE! Pessoas íntegras, de conduta reta, com uma ampla história de serviços prestados à comunidade não podem ser caluniadas e linchadas diante dos nossos olhares complacentes. A VERDADE só triunfará se sua bandeira for conduzida por homens de bem. E a VERDADE é que Divinópolis está cada vez mais esquecida e abandonada. As prioridades dos seus políticos nunca coincidem com as prioridades e necessidades dos seus habitantes. Contra os fatos não há argumentos. Os números não mentem.Leia mais...
Seção
GENTE DE OPINIÃO
20110830
Um monumento para X Gontijo
O jornalista Flávio Flora, pesquisador da história de Divinópolis, apresentou na Tribuna Livre da Câmara, nesta terça, 30, uma homenagem espontânea a Pedro X Gontijo e Francisco Ribeiro de Carvalho, principais agentes intencionais da emancipação de Divinópolis, em 30 de agosto de 1911. Primeiramente, foi feita a leitura de um relato original dos eventos de 1911, sob o título de A última batalha da Itapecerica, baseado em obras, crônicas e textos de X Gontijo, Francisco e Antônio Gontijo Azevedo, Joaquim Martins Lara, Lázaro Barreto, Batistina de Sousa Corgozinho, Milton Pena e Eliseu Ferreira; oralidade de Carlos Altivo, José Carlos Pereira e Simão Salomé de Oliveira, além de documentos legislativos e leis da época.
Na apresentação, Flora afirmou que a emancipação não foi um fato isolado, mas o desdobramento de dois eventos anteriores, que uniram e mobilizaram as forças políticas locais nas conquistas do trem do sertão (1890) e do ramal de Belo Horizonte (1910). Na análise do tribuno, o farmacêutico Pedro X Gontijo teve participação importante na mudança do traçado ferroviário, ainda quando estudante, sendo, por isso, escolhido como orador oficial da inauguração. Naquela noite mesma, ele deu início ao movimento de emancipação, cujo processo terminou em 30 de agosto de 1911.
Em sua narrativa, Flora ressalta a intensa e “incansável” participação de Pedro X Gontijo (criador do município) e de Francisco Ribeiro de Carvalho, procurador da Comissão, que viabilizaram jurídica e legislativamente o processo de emancipação, mas até agora não foram devidamente reconhecidos e homenageados por seus feitos.
Ao final do relato, Flora solicitou a ereção de um monumento de granito negro para Pedro X Gontijo – “herói não reconhecido, nem devidamente agradecido e nem homenageado por suas idéias e pela nobreza dos seus ideais, que ultrapassaram a sua própria vida”. Na visão do jornalista, é preciso lembrar aos divinopolitanos e visitantes os grandes feitos desse homem, “que sacrificou sua vida familiar e a própria imagem social para ser o pai de Divinópolis e dos divinopolitanos”.
Quanto ao advogado Francisco Ribeiro de Carvalho, o tribuno pediu a inclusão de Lavras, como cidade-amiga, no ano do centenário, para que este “possa ser dignamente lembrado, agradecido e homenageado (como nunca o fora); e para que sua passagem impecável por estas pedras escorregadias também fique registrada na memória do seu povo”, concluiu. Leia mais...
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EM POUCAS LINHAS
20110118
Intrigas, mudanças, presença, passagem
Construção de hotel no terreno dos franciscanos; exoneração em massa na administração municipal; empresas divinopolitanas no Fashion Business; marcante passagem de Jadir Vilela
Oposição não é fácil. Ô raça danada. Olha só o que estão dizendo agora: que a Administração Municipal vai autorizar a construção de um hotel no Terreno dos Franciscanos!!! E mais: querem até que eu acredite que o projeto já estaria pronto, com previsão de três andares subterrâneos e mais três acima do nível da rua. Vê se pode? Nunca autorizariam isso! Garanto: é só intriga da oposição. E mais: Imagine só que estão inventando que, em troca, o Município aceitaria a utilização de parte da área construída para fins públicos, auditório e coisa e tal. Pura mentira. Não há a menor possibilidade de darem esse prejuízo para Divinópolis. Até mesmo porque gente séria não trataria uma questão tão importante como esta em segredo, principalmente escondendo essa história dos moradores da região.
É por isso que acho que os moradores podem ficar tranquilos. Aliás, se isso fosse verdade, a gente já teria ouvido protestos do Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico de Divinópolis. Não é??? Acredito que sim. Conselheiros não deixariam uma coisa assim passar batido. E, para piorar, ficam colocando o nome de um grupo empresarial ligado ao setor supermercadista nessa história. Pode??? Até onde se sabe, tem muita gente boa que ainda tem o interesse na desapropriação do terreno ou mesmo a mudança na legislação tornando a área, que vai da Rua São Paulo até a Rua Minas Gerais, de frente para a Sete de Setembro, zoneamento especial, o que inviabiliza ‘negócios’ no local.
Ninguém em sã consciência acredita que tratariam de algo tão grandioso e sério, com tamanho impacto, na calada da noite. Ainda mais depois de um exemplo de crime urbanístico que temos com o Costa Rangel. Além disso, se o Gino foi proibido de construir uma casa noturna no local, por que outros teriam direito? Acreditem. Isso é só boato!!! É só boato, não é? Ou não é??? Vade retro, Satanás, que o assunto aqui é franciscano (EVANDRO ARAUJO, Gazeta do Oeste, 06/01/2011).
A exoneração de 212 ocupantes de cargos de confiança na administração Vladimir Azevedo em Divinópolis não é absolutamente um fato assustador mas é sintomático – alguma coisa não estava funcionando como devia, na maioria dos setores. Ainda bem que o prefeito parece ter acordado para a segunda metade do mandato. (...)
Uma coisa é saber se a mudança representará um trabalho maior no setor de obras e serviços, uma vez que algo errado está ocorrendo: nada existe de novo. Promessas já estamos cheios, vide o governo federal. No estadual, pelo menos, não temos milagres já anunciados. Não há portanto, projetos emPACados pelas bandas das Gerais. (...)
A área política, que inclui a imprensa, é uma negação e todos que militam na nossa área sabem disto: não adianta ranger de dentes e esperneios do tipo lulista contra a imprensa livre. Como diz Dilma, é melhor o barulho da imprensa livre do que o silêncio da ditadura, como ocorre por estas bandas. Falou a verdade, fica no limbo dos perdidos. E quem não muda, como eu, só fica na pior. Até que surjam fatos que mereçam a pena narrar, como já fiz em várias ocasiões e vou continuar a fazer (WALTER GRUEN, Gazeta do Oeste, 11/01/2011).
Divinópolis fez bonito no Fashion Business, salão de negócios carioca encerrado domingo, no Píer Mauá. Focado nas classes A e B, mas 'sem afetação', o salão atraiu 90 mil visitantes, sendo 30 mil compradores de vestuário e 10 mil de utilitários (manequins, maquinário) que foram ver as novidades das 310 marcas montadas no espaço de 30 mil m².
As empresas Território Nacional, Verde Limão, Maria du Jão e Cactus, além da Screen Company, que participou de estande individual, mostraram o talento da cidade ao lado de grifes consagradas nacionalmente. As coleções entraram em sintonia com o clima brasileiro e trouxeram tricôs, parkas de inspiração náutica e casacos leves, com o preto e cinza dando lugar a cores e estampas usados apenas no verão. Os anos 70 vieram com tudo: elementos étnicos e estamparia colorida tendo como look-chave da temporada saia longa combinada com camisas, blusões ou jaquetas, no melhor estilo largado-chic. (...)
O Rio-à-Porter é o salão de negócios de moda e design oficial do Fashion Rio, importante ferramenta de marketing, relacionamento e plataforma lançadora de tendência. (PRETO NO BRANCO, Jornal Agora, 17/01/2011).
[..] no dia 7 deste mês, pela manhã, fui surpreendido com a notícia da morte do confrade Jadir Vilela de Souza, um dos fundadores do Sodalício, a quem a Academia Divinopolitana de Letras deve muito, não só por ter participado da sua fundação, mas também por dar-lhe sustentação em momentos de crise. Jadir Vilela foi 'um poeta perfeitamente inserido no contexto da poesia cotidiana', como atesta Lázaro Barreto.
Ante a cadeira vazia, a pergunta: quem a ocupará? Todavia, além de várias obras, professor Jadir Vilela fez muito mais pelo nosso município, o que assegura a perpetuação do seu nome, independentemente da atuação do seu sucessor na ADL. Foi ele quem criou o núcleo de preservação da memória do município, que hoje é o Museu Histórico; é um dos fundadores da Faced; criou a primeira escola de datilografia da cidade; enfim, um currículo invejável que o credencia à imortalidade, além do título acadêmico (AUGUSTO FIDELES, Jornal Agora, 16/01/2011).
Ficamos observando a Rua Divino Espírito Santo que sai da Praça Dom Cristiano e chega até perto de um lote que, ocupado, impede a visão da lagoa da Sidil. Embora a população já tenha abraçado a lagoa, até agora, nada foi feito para preservá-la. Quem sabe com Domingos Sávio agora como deputado federal junto com Jaiminho e Fabiano Tolentino como deputado estadual, arrumem recursos financeiros para investir ali. _ Pode ser? (EDSON GONÇALVES, Jornal Agora, 15/01/2011).Leia mais...
20101129
Seminário discute história e memória de Divinópolis
Buscando as memórias e os eventos sociais, políticos e culturais de maior importância para a historiografia local
Como parte das celebrações do centenário do município, aconteceu nos dias 3, 4 e 5 de novembro último, na sala de reuniões da Câmara Municipal, o seminário “História e Memória de Divinópolis”, realizado pela Prefeitura e organizado pelo Conselho do Centenário.
Na noite de abertura, com a presença de autoridades municipais, a doutora Batistina Maria de Sousa Corgozinho, coordenadora do Centro de Memória da FUNEDI, e o doutor José Geraldo Pedrosa, professor e pesquisador do CEFET-MG, fizeram “um balanço sobre a produção acadêmica e memorialista da origem e da história do município”. A mediação foi do mestre José Heleno Ferreira, professor da FUNEDI.
Depois de analisar objetivamente as obras de historiadores e memorialistas locais, incluindo sua tese de doutoramento (UFMG), a doutora Batistina disse que as lideranças locais souberam aproveitar-se das oportunidades oferecidas pela ferrovia (virtu), que trouxe consigo desenvolvimentos econômico, social e cultural.
Para o professor José Geraldo, Divinópolis não é muito original em seu desenvolvimento, pois quase tudo é uma cópia oportunista, realizada com o único intuito de lucro: “o cavalo passa arreiado...” Na sua visão, se medidas pró-ambientais não forem tomadas urgentemente, Divinópolis terá dificuldade para superar a degradação dos recursos hídricos, que pode inviabilizar a vida na cidade, nos próximos anos. Para Pedrosa, recuperar a pureza do rio Itapecerica seria o maior presente para Divinópolis em seu primeiro centenário de emancipação.
A fundação do arraial
Na segunda noite, os trabalhos do Seminário foram abertos pelo mediador doutor Leandro Catão, historiador titular do Conselho do Centenário, e começaram com a apresentação do jornalista e pesquisador da história de Minas Gerais, Flávio Flora, editor da revista A Prova, situando o surgimento de Divinópolis, em 13 de janeiro de 1767. Em seu ensaio sobre "Itapecerica: uma passagem de pedras escorregadias", com base em documentos históricos e memoriais locais, narrou os acontecimentos que antecederam a formação da paragem, a criação do arraial e as ocorrências que marcaram os primeiros anos de existência urbana.
Segundo Flora, um documento-monumento indica que a “paragem da Itapecerica” foi fundada pelo fazendeiro João Pimenta Ferreira e outras 50 famílias por ele representadas, que contribuíram para a ereção da capela, em 1767, dedicando-a ao Divino Espírito Santo e São Francisco de Paula. Três anos depois, com a participação do sertanista Manoel Fernandes Teixeira, seu genro, João tomou providências para a criação do arraial do Espírito Santo da Itapecerica (oficializado em 29 de março de 1770), tudo com apoio das mesmas 50 famílias.
Primeira Súplica de João Pimenta Ferreira, em 13 de janeiro de 1767
Disputas violentas por marcos divisórios entre as Vilas de Pitangui com São José del-Rey (e depois, com São Bento do Tamanduá) produziram os principais acontecimentos do arraial, que culminaram com uma conferência de limites, em 1790, que pôs fim aos conflitos, permitindo novo povoamento. Em 1813, havia cerca de 1.154 habitantes, dos quais 33% eram brancos, 28% mulatos livres, 21% pretos livres e 18% de escravos: “uma sociedade de maioria negra e livre”, avaliou o pesquisador.
O ensaio terminou no ano de 1830, quando a capela original foi incendiada, com ela queimando os registros religiosos dos antigos moradores e quase apagando a história antiga de Divinópolis, o que só não aconteceu porque “ainda existem muitos documentos nos arquivos públicos de Minas Gerais”, afirmou Flora.
Os caiapó no centro-oeste
A segunda apresentação da noite foi a do arqueólogo Gilmar Henriques Pinheiro Jr, doutorando em Arqueologia (USP), diretor do Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco, em Pains, estudioso dos vestígios humanos pré-históricos no centro-oeste, desde 12.000 anos atrás.
Seus achados confirmam a existência dos Caiapó (do Sul) na região, especialmente, nas vertentes do Alto São Francisco, (incluindo o vale do rio Itapecerica), e estão de acordo com o relatório de pesquisa documental, elaborado por Flávio Flora (para a Câmara Municipal) e publicado pela revista A Prova 9 (2002). Os caiapó, de fato, viviam naqueles sertões e, alguns deles, eram apelidados de candidés (em língua tupi), devido ao costume de depilar o topo da cabeça e de ornamentá-la com pinturas e grandes toucados.
O arraial no Império
A finalização dos trabalhos dessa segunda noite foi feita pelo mestre João Ricardo Ferreira Pires, coordenador do Curso de História da FUNEDI, que abordou alguns eventos do período imperial, propondo questionamentos a serem respondidos na escritura da história de Divinópolis. Na oportunidade, ressaltou os valores sociais, culturais e econômicos ligados à cachoeira do Niterói, a construção da Matriz, a eleição do deputado provincial Pe. Guaritá Pitangui e a implantação da ferrovia (1890) como alguns dos acontecimentos mais importantes do século XIX, salientando que haviam outros a serem pesquisados.
A presença franciscana no século XX
Na última noite do Seminário, ocorreu a apresentação espontânea de temas da emancipação político-administrativa de Divinópolis e do período republicano, sob a mediação do historiador Faber Clayton, professor de História. Os assuntos foram a presença franciscana em Divinópolis e a festa de reinado.
O mestre José Arnaldo Coelho Aguiar Lima, professor da UFOP (Ouro Preto) apresentou uma análise crítica das pinturas (têmpera a caseína) feitas por frei Humberto Randag, entre agosto e novembro de 1949, para a inauguração do Santuário de Santo Antônio. As obras foram avaliadas pelo seu estilo “pré-clássico moderno sem excessos”, reproduzindo cenas do cotidiano dos franciscanos.
Após a apresentação, usou da palavra o doutor frei Leonardo Lucas Pereira, ofm, Guardião do Convento de Santo Antônio, para ressaltar a importância da religiosidade no desenvolvimento de Divinópolis. Sugeriu a realização de pesquisas sobre o comportamento religioso do povo divinopolitano.
O mestre Guilherme Guimarães Leonel, professor do IFMG (Ouro Preto) apresentou uma monografia sobre o Reinado em Divinópolis: “Entre a cruz e os tambores”, em que examina as estratégias de resistência dos reinadeiros e as perspectivas de controle, coerção e tolerância das festas de Reinado, desde o início século XIX.
Segundo informa Rui Campos Tavares, presidente do Conselho do Centenário, o material apresentado no seminário “História e Memória de Divinópolis” será publicado em livro, em edição comemorativa dos 100 anos de emancipação político-administrativa.
[Jornal Magazine, ed. 473, 28/11 a 04/12 2010]
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EM POUCAS LINHAS
20100818
Aguapecerica 2010
Uma das características do aguapé é absorver e acumular poluentes, como se fosse um filtro. Mas em grande quantidade é ameaça ambiental.
Vista do rio Itapecerica, em julho de 2010,
início da cobertura de aguapé (Eichornia crassipes)
início da cobertura de aguapé (Eichornia crassipes)
Vista do rio Itapecerica, em agosto de 2010,
cobertura de aguapé (Eichornia crassipes) presente
desde o Pontilhão Davi Guerra até a foz do córrego do Estádio Farião
cobertura de aguapé (Eichornia crassipes) presente
desde o Pontilhão Davi Guerra até a foz do córrego do Estádio Farião
Vistas do Itapecerica, em outubro de 2010, cobertura de aguapé
(Eichornia crassipes) cobre 80% do rio e já está a meio caminho
do viaduto dos Expedicionários (do Porto Velho)
(Eichornia crassipes) cobre 80% do rio e já está a meio caminho
do viaduto dos Expedicionários (do Porto Velho)
Outras imagens
População e autoridades ambientais esperam a chegada do verão para a floração do aguapé? Deve ficar muito bonita a paisagem: um gigantesco tapete verde-rosa sobre o rio Itapecerica, cobrindo-o totalmente...
Uma das características do aguapé é absorver e acumular poluentes, como se fosse um filtro. Possui alta tolerância a metais pesados, mas, quando em abundância, impede a proliferação de algas responsáveis pela oxigenação da água, causando a morte dos organismos aquáticos. É o caso do rio Itapecerica, em Divinópolis.
A bela flor de aguapé, vale a pena esperar?
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Atualizado em: 07/09/2010 >> 03/10/2010
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