Memórias de uma época - XII

20100317

Serviços públicos sob ameaças de greves

 Médicos entram em greve, mas Prefeitura mantém posto da dengue, no Centro. Transportes coletivos podem parar também

Nesta quarta, 17, médicos da rede pública municipal de Divinópolis iniciam paralização por tempo indeterminado, em protesto contra as péssimas condições de trabalho e a baixa remuneração. Durante o período, ficam assegurados os atendimentos de casos urgentes e de emergências no Pronto-Socorro Regional. A paralisação, votada na assembléia de 22 de fevereiro último, é resultado da indiferença da Secretaria Municipal de Saúde às reivindicações da categoria, que desde abril de 2009 está tentando negociar com os gestores.
Hoje, os cerca de 160 médicos que trabalham na rede pública em Divinópolis, estão sem condições mínimas para trabalhar e oferecer um atendimento digno para a população. Os gestores precisam entender o quão importante é dar atenção à Saúde no município (Maria Madalena dos Santos e Silva, diretora do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (SINMED),
Entre as reivindicações dos médicos estão o reajuste de 50% no salário base, remuneração extra com 100% de acréscimo, garantia do pagamento da gratificação por desempenho no valor de 20% do vencimento. [Jornal Magazine]

Foto: Divnews.com
A secretária municipal de Saúde Rosenilce Mourão disse ontem que o promotor de justiça, Dr. Alexandre, tentou de todas as formas conciliar os interesses dos médicos e da municipalidade, mas infelizmente não foi possível, porque existem posições radicais.
Mantivemos a proposta inicial, que está pautada em dois pilares, 20% de gratificação e revisão do Plano de Classificação de Cargos e Funções (PCCF). Eles querem um aumento isolado só para os médicos” (Rosenilce Mourão)
A prefeitura entrou com uma ação cautelar solicitando a ilegalidade da greve, baseada em dois pontos: a falta de legitimidade do SINMED-MG para decretar greve no município e o momento emergncial da saúde com o surto da dengue na cidade.

O representante do SINMED-MG e CRM-MG, em Divinópolis, médico Alberto Gigante Quadros, uma das lideranças do movimento, disse que não houve progresso nas negociações porque a Prefeitura levou para a reunião com o Ministério Público (MP) a mesma proposta apresentada em dezembro último, que ainda não foi efetivada.
Tudo são promessas, a gratificação não é 20% direto, vai de 0 a 20% e nem sabemos direito quais são os critérios para esta avaliação e quem vai julgar. Alguns itens colocados o pronto-socorro não tem como realizar, é muito abstrato. (...) O que estamos colocando na mesa de negociação é que temos o pior salário da região (Gigante Quadros) [Divnews.com]
Em ofício de 12 de março último, o prefeito Vladimir Azevedo fez circular esclarecimentos sobre quatro questões da saúde municipal, comentando a situação dos médicos:
A nossa proposta oficialmente apresentada aos Senhores(as) em 14/12/2009 (resumo anexo), prevista para ser implementada em janeiro/10, ou mais tardar fevereiro/10, para nossa surpresa sofreu entrave durante a tramitação na Câmara de Vereadores.

Quanto a outro aspecto importante de nosso compromisso assumido, a revisão do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras, e Salários) para Saúde, informamos que está sendo cuidadosamente estudado. Enxergamos nesse documento a possibilidade real de melhorias e avanços consistentes na valorização justa dos servidores.[Ofício circular SMS/DV/GS n. 109/2010]
Foto: Juliano Vilela
Hoje a tarde, a secretária municipal de Saúde, Rosenilce Cherie Mourão, juntamente com diretores da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUSA), em entrevista coletiva, divulgou o primeiro balanço da greve e as ações colocadas em prática.

No período da manhã ficaram constatados 66% de adesão nas Unidades de Atendimento Primário da Saúde (UAPS); 31% não aderiram a greve e 3% encontram-se em férias ou licença médica. Nos Programas de Saúde da Família (PSF) o atendimento foi normal, com apenas três médicos aderindo à greve. ASté o momento da entrevuista, ainda existiam 12 médicos que não comunicaram suas adesões à greve.

De acordo com Paulo dos Prazeres, dois números de telefone foram colocados à disposição da população para se informar sobre a disponibilidade de médicos na unidade que se está buscando o serviço - 3229.6819 e 3229.6822. [Site oficial]

A Prefeitura disponibilizou para a população um ambulatório especial para atender os pacientes com suspeitas de dengue. O posto da dengue fica na av. Getúlio Vargas, 432 - Centro, e funcionará das 13h às 21h. A iniciativa surgiu devido a esse período em que a demanda nas unidades de saúde cresce por causa do aumento da doença. Lá os pacientes encaminhados com suspeita de dengue poderão ser devidamente atendidos e medicados.(...)

O atendimento no ambulatório especial não terá livre demanda, ou seja, os usuários não podem procurar a unidade sem um encaminhamento do Pronto Socorro ou do Posto de saúde. (...) O ambulatório especial contará com uma sala de observação com 2 leitos e um consultório, utilizados por um médico, um assistente social e um técnico de enfermagem. [Gazeta do Oeste - Jéssica Ramos]

Os servidores estaduais se reuniram ontem, em Belo Horizonte, para a primeira manifestação na Cidade Administrativa. Vinte professores de Divinópolis participaram da manifestação em defesa de piso salarial para a categoria, que contou com tropa de choque, cavalaria e centenas de policiais para fazer a segurança do local (...)

O transtorno na capital mineira, nos últimos dias, contagiou a cidade e, além da paralisação da saúde, profissionais do transporte coletivo também pode entrar em greve se não houver acordo com os empresários em reunião hoje, às 9h, no Ministério do Trabalho. As negociações tiveram início em fevereiro; desde então, a categoria busca reajuste de 30%. [Jornal Agora - Amanda Quintiliano]

1 Comentário(s):

Anônimo,  22 de março de 2010 às 16:00  

Tribunal de Justiça obriga médicos em greve a voltarem ao trabalho

Baseado num pedido da Prefeitura Municipal de Divinópolis, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais concedeu liminar favorável ao município de Divinópolis, determinando a manutenção dos serviços médicos à população.

[Jornal Magazine - Márkon Maia]

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